
O insólito McDonald’s de Cuba onde nenhum cidadão cubano entra desde 1986
- WNL

- 1 de set.
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Desde 1959 que Cuba mantém um regime político baseado em “revolução e socialismo”, em claro antagonismo com o capitalismo dos Estados Unidos. Por isso, poderá não ser de estranhar que na ilha caribenha não existam as conhecidas cadeias norte-americanas como a McDonald’s… à exceção de um.
O país tem mesmo um McDonald’s, apenas um. No entanto, os cubanos não têm acesso ao restaurante. O único McDonald’s da ilha encontra-se na Base Naval de Guantánamo, o enclave militar que os EUA mantêm em território cubano desde 1898, após a expulsão dos espanhóis.
Instalada à margem das leis cubanas, esta base militar abriga não só um McDonald’s como também outras marcas norte-americanas. Segundo o tratado de arrendamento de 1903, está expressamente proibido o estabelecimento de “empresas comerciais ou de outro tipo” em Guantánamo, mas os EUA ignoram essa cláusula há décadas.
Na década de 80 chegou uma loja de gelados Baskin-Robbins, e em 1986 abriu finalmente o McDonald’s. Desde então, seguiram-se outras marcas como Subway (2002), Pizza Hut Express, KFC, Taco Bell, A&W e até uma cafetaria que serve café da Starbucks. Todos os estabelecimentos funcionam como franquias operadas pelo Departamento da Marinha dos EUA e os seus lucros financiam atividades de moral, bem-estar e recreação (MWR) para militares, pessoal de serviço e respetivas famílias.
Apesar de isolado do resto do país, o McDonald’s de Guantánamo, que completará quatro décadas em 2026, tem um papel curioso dentro da própria base. Há relatos de que, no passado, presos que cooperavam com as autoridades recebiam uma refeição da cadeia como recompensa, embora as práticas da prisão, amplamente criticadas por alegações de tortura, permaneçam envoltas em sigilo.













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